O ensino tradicional comete um grande equívoco no ensino da Matemática que já dura séculos. Ignora os avanços do desenvolvimento psicológico e neurológico dos alunos, principalmente, os do Ensino Fundamental I. Nem alunos nem professores são incapazes, falta-lhes apenas usar material concreto para resolver os problemas de ensino-aprendizagem nas atividades matemáticas.
Por que, professora, usar material concreto com seu aluno do Ensino Fundamental I? Quais materiais concretos usar? Você sente falta de atividades que empreguem material concreto?
Este artigo vai mostrar a você, professora, a NECESSIDADE insubstituível de usar material concreto com alunos do Ensino Fundamental I nas suas atividades matemáticas.
Essa NECESSIDADE é URGENTE. Já na década de 90, houve o alerta de que as relações civis haviam mudado, inclusive entre professores e alunos, apontava o professor Julio de Aquino.
A hierarquia das relações professor/aluno foram sendo substituídas por uma relação mais democrática professor-aluno. O aluno, hoje, não sente necessidade de obedecer nem respeitar o docente.
Os alunos desse século, além de tudo, nasceram e crescem em um ambiente completamente alheio ao ensino tradicional que ainda se estrutura na linguagem escrita da lousa, do giz, da aula expositiva.
Uma nova forma de ensino vai substituindo a pedagogia do “cuspe e do giz”, professora, mas ainda ancorada na escrita: as xerocópias coladas no caderno.
No entanto, isso é um paliativo e não resolve os erros recorrentes das contas nas provas e atividades de matemática.
E mais importante, o aluno de hoje é altamente especializado numa linguagem que a escola desconhece e usa esporadicamente, a linguagem do vídeo, a linguagem videográfica.
Os alunos são de uma geração digitalizada que usa a internet rotineiramente e a linguagem predominante é a do vídeo, basta pensar no TikTok, YouTube, Instagram etc.
Mas por que usar o material concreto? Por que é uma necessidade?
Há décadas, já se comprovou a imaturidade psicológica do aluno do Ensino Fundamental I pelos estudos tanto teóricos quanto práticos piagetianos.
As pesquisas psicogenéticas já apontavam que o aluno do Ensino Fundamental I está no período das operações concretas.
Período das operações CONCRETAS. Nessa fase do desenvolvimento, a criança ainda não tem maturidade psicológica para efetuar abstrações sem o apoio do concreto.
Uma conta, um algoritmo, é uma técnica altamente complexa, sofisticada e por ser uma técnica, um passo a passo, é muito abstrata para o entendimento do aluno.
A conta manipula números, que são símbolos, professora. E símbolos são abstrações. Abstrações refletidas como ensina o pensamento piagetiano.
E o aluno desse período concreto não consegue fazer esse tipo de abstração, pois para pensar, abstrair, ele necessita do concreto para se apoiar. Ele faz abstrações pseudoempíricas.
Por isso, a necessidade do material concreto. Essa a razão de Piaget recomendar o uso do ábaco nas operações matemáticas.
Tem mais, porém, professora. Esses estudos teórico-práticos piagetianos estão sendo cada vez mais sendo confirmados pelas pesquisas do desenvolvimento cerebral feitas pela Neurociência Cognitiva.
O cérebro começa seu desenvolvimento no embrião e segue se desenvolvendo por quase três décadas terminando por volta do final dos vinte anos.
A criança do Ensino Fundamental I, no período das operações concretas, portanto, ainda se encontra em uma fase de desenvolvimento cerebral que não possibilita que ela faça determinadas abstrações, as abstrações refletidas do período formal.
Esse é o grande segredo dos erros dos alunos do Ensino Fundamental I: eles só conseguem fazer abstrações pseudoempíricas, pois não têm maturidade biológica, cerebral, cognitiva e, por isso, precisam do material concreto para construir abstrações.
Os materiais concretos, tanto os estruturados quanto os não estruturados, ajudam os alunos a abstraírem.
Por isso, a recomendação piagetiana para o uso do ábaco nas operações aritméticas.
Se virmos, professora, um monte de pedras pequenas, pensamos é só um monte de pedras.
Porém, se elas estiverem postas em colunas, podemos ver ali uma intenção, provavelmente matemática.
Nestas colunas de pedras, podemos ver, da direita para a esquerda, unidades, dezenas, centenas.
Ou seja, como sabemos do Valor Posicional, atribuímos a essas pedras valores de unidades, dezenas, centenas, que não estão nas pedras, mas em nossas mentes: isso é abstração pseudoempírica.
Nesse caso as pedras são material concreto não estruturado.
Já o ábaco com seus pinos é um material concreto estruturado. Foi elaborado tendo como estrutura que cada pino vai equivaler a um valor posicional: unidade, dezena, centena etc. da direita para a esquerda.
O material dourado, criado por Maria Montessori no final e início dos séculos XIX e XX, é outro material concreto estruturado.
Seus cubinhos representam as unidades, as barrinhas; as dezenas, as placas, as centenas e o blocão, a unidade de milhar.
Por que, professora, incluir os vídeos como material concreto?
As causas são simples e poderosas. “Os seres humanos são animais intensamente visuais”.
Os olhos possuem cerca de 70 por cento dos receptores sensoriais do corpo e enviam milhões de informações a cada segundo por meio do nervo ótico para serem processados na área visual do cérebro, informa Patricia Wolfe.
E mais: os alunos do Ensino Fundamental I são profundamente alfabetizados na linguagem videográfica.
Já nasceram na era digital e suas mentes aprenderam desde bebês a processarem a linguagem dos vídeos.
Vídeos com atividades matemáticas das operações fundamentais ou conteúdos matemáticos são processados com maior facilidade pelos alunos que compreendem a linguagem videográfica com mais acuidade que a linguagem escrita.
Fazer Pedagogiação.
Será que você, professora, faz Pedagogiação?
Se você, professora, pesquisa em sites de pesquisa, como o Pinterest, está fazendo Pedagogiação. Uma ação pedagógica consciente e intencional, contudo, inorgânica.
Inorgânica em que sentido? Se fizermos a comparação com a Pedagogiação1.5 a compreensão ficará mais fácil.
A Pedagogiação1.5 é também uma ação pedagógica, todavia, cientificamente orientada, que é também, intencional e consciente, no entanto, orgânica.
Cientificamente orientada, o que isso significa?
Em razão de se ancorar em quatro ciências:
1. Semiótica: ciência que investiga os símbolos, os signos. Já que a Matemática usa símbolos, que são os números, ajuda a compreender como os números operam semioticamente.
2. Psicanálise: os alunos do Ensino Fundamental I cometem erros nas contas e uma das razões é a Ansiedade Matemática e as explicações da Psicanálise podem auxiliar a atenuar as consequências dessa ansiedade.
A Educação Narrativa é uma ferramenta que pode ajudar a minorar a Ansiedade Matemática.
3. Psicogenética: entender que o aluno do Ensino Fundamental I, professora, se encontra no período das operações concretas e, por essa razão, necessita da ancoragem do material concreto constituirá um intenso aliado seu.
Também a compreensão de precisar do material concreto porque o aluno faz abstrações pseudoempíricas adequadas desse estágio de desenvolvimento.
4. Neurociência Cognitiva: as pesquisas da psicogenética piagetiana foram confirmadas pela Neurociência Cognitiva. Dessa forma a imaturidade biológica do cérebro do aluno no período das operações concretas permite rever a configuração do ensino tradicional.
A Pedagogiação1.5 é a ferramenta básica do Método Pedagogia1.5. Um Método Único, Revolucionário e Inovador.
Vídeos-oficinas são estratégias que a Pedagogia1.5 aplica por meio de Leitura de Imagens (Publicidade, Fotografia, História em Quadrinhos, Pintura e Animação) com o objetivo de ensinar Matemática.
O Laboratório de Iniciação Científica para alunas e alunos de Pedagogia, LAPAPIEF – Laboratório de Pesquisa para Ação Pedagógica Interdisciplinar no Ensino Fundamental, em mais de 10 anos de pesquisa, gerou esse método.
Os alicerces da Pedagogia1.5 estão fundados em cinco pilares:
a) Educação Narrativa: usando a História da Matemática como embasamento, a Educação Narrativa torna-se um intenso acessório para ajudar minorar as decorrências da Ansiedade Matemática dos alunos.
b) Agrupamento: as quatro operações fundamentais da Matemática têm por base o Agrupamento. O método busca aprofundar a soma e multiplicação como forma de agrupar, e a subtração e divisão como maneira de desagrupar;
c) Valor Posicional: uma das principais razões dos alunos do Ensino Fundamental I para cometer erros nas contas é não entenderem o Valor Posicional. Eles não conseguem ver que o algarismo 2 em 22 tem diferentes valores segundo o lugar, a posição que toma na numeração;
d) Sistema de Numeração Decimal (SND): Valor Posicional e Agrupamento formam a estrutura do Sistema de Numeração Decimal. Deste modo, desconhecer o SND induz o aluno a cometer erros.
e) Material Concreto: a Pedagogia1.5 usa, entre os materiais concretos, os Vídeos-oficinas, porque, logicamente, os alunos do Ensino Fundamental I, por serem bastante alfabetizados na linguagem videográfica, entendem melhor os procedimentos de ensino-aprendizagem.
Veja, professora, depoimentos de alunas e alunos de Pedagogia que se aprimoraram como Cientistas da Educação, pois que a Pedagogia é Ciência da Educação, por isso, é evidente que, você, professora, é uma Cientista da Educação.
Caso você queira avaliar esse Método Revolucionário, Inovador, Único anime-se a experimentar GRÁTIS o Minicurso Pedagogia1.5 com quatro Vídeos-oficinas prontos para que você, professora, possa aproveitar em sala de aula com seus alunos.
AQUINO, Julio G. A indisciplina e a escola atual. In Revista da Faculdade de Educação v. 24, n. 2. São Paulo, FEUSP, jul/dez. 1998, pp. 181-204.
PIAGET, Jean. Abstração reflexionante: relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
WOLFE, Patricia. Brain matters: translating research into classroom practice. ASCD: Washington, 2001.
SANTOS, Willian M. dos. Música: uma ferramenta interdisciplinar para o ensino de matemática. 2012. 123f. Monografia (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Paulista: Santos, 2012.