A conta que os alunos menos erram é a soma sem reserva. Porém, quando surge a reserva ou reagrupamento os erros se sucedem, pois o “vai um” é pouco compreendido pelas crianças.
Mas existe uma ferramenta surpreendente que ajuda seu aluno do Ensino Fundamental I a compreender e operar melhor a soma com reagrupamento: o material dourado. Continue lendo e veja o porquê.
O dia a dia escolar e estafante, não é, professora? Seus alunos estão indo bem com as contas de somar… até que você começa a ensinar soma com reserva.
Então, as crianças começam a errar as contas e você, professora, fica frustrada, com raiva, com medo, duvida de si mesmo, de seus métodos de ensino.
Saiba, professora, que seus alunos errarem as contas com reserva é um fato natural. Não é que você não saiba ensinar ou que eles sejam burros.
Na verdade, eles ainda não têm maturidade biológica para aprender soma com reserva no segundo ano do Ensino Fundamental I.
É isso mesmo, professora, há um erro de centenas de anos no modo como ensinamos Matemática até hoje: o cérebro de nossos alunos ainda não se desenvolveu o suficiente para entenderem processos mais abstratos como as contas com reserva.
Isso já tinha sido trabalhado de forma bastante intensiva pelo pensamento piagetiano. A teoria das abstrações ensinada por Piaget, há décadas, já informava que os alunos do Ensino Fundamental I estão no período das operações concretas.
O que isso significa? Quer dizer que eles só conseguem operar atividades que se apoiam no concreto. As contas são muito abstratas para seus pensamentos, para seus cérebros.
Note, professora, que o aluno precisa de elementos concretos para entender processos abstratos, pois eles fazem abstrações pseudoempíricas como ensinou Piaget.
O que isso quer dizer? Para eles entenderem um processo abstrato, como as contas com reserva, seus cérebros operam com pseudo abstrações: pseudo é algo falso que não é verdadeiro.
Empírico é aquilo que se baseia na experiência, que se apoia na observação. Quer dizer, o aluno do período das operações concretas, o aluno do EFI, só consegue enxergar processos abstratos que estejam apoiados no concreto, no que pode observar, experimentar.
Esses estudos da psicogenética piagetiana, essa teoria das abstrações, foram confirmadas também por outras ciências.
Isso mesmo, professora. A Neurociência Cognitiva, que estuda o cérebro e como os neurônios, as células nervosas atuam, vieram confirmar o que Piaget já ensinava em sua teoria das abstrações.
O desenvolvimento cerebral começa no útero do embrião humano e prossegue até por volta do final da segunda década de existência dos seres humanos.
Por isso, na fase das operações concretas, os alunos ainda não desenvolveram adequadamente os lobos temporais, a região que processa pensamentos abstratos. Isso só vai ocorrer por volta dos 11 a 12 anos, no período das operações formais como ensina Piaget.
Portanto, professora, nem é você que não sabe ensinar nem é seu aluno que é burro.
A imagem (editada) nos ajuda a compreender, principalmente, a dica da professora de gravata.
O que ocorre é uma falta de maturidade biológica do cérebro do aluno que faz abstrações pseudoempíricas e não consegue processar pensamentos mais abstratos.
É aí, professora, que entra a surpreendente ferramenta que revoluciona esse processo: os materiais concretos, especificamente, o material dourado.
A História da Matemática ilustra o desenvolvimento do processo de construção do número pela humanidade. Foram milênios para que todo o procedimento se concretizasse.
Concretizasse é uma boa palavra: a Matemática começou pelo concreto e não pelo abstrato. A necessidade de contabilizar, contar, controlar, por exemplo o número de ovelhas.
O material concreto, o material dourado, ajuda a tornar concreto toda a abstração que existe nas contas.
Maria Montessori, educadora, médica e pedagoga, nascida na Itália em 1870, ensinava e estimulava que as crianças aprendessem por meio das mãos, já que o movimento e o toque auxiliam o contato com o mundo e a aprendizagem.
Criou o material dourado para ajudar crianças deficientes a aprenderem Matemática. Seus alunos deficientes, utilizando o material dourado, concorriam com as crianças sem deficiência, resolvendo algoritmos sem grandes dificuldades.
O material dourado facilita a aprendizagem do Agrupamento em Matemática e auxilia a aprendizagem do Sistema de Numeração Decimal (SND) e do Valor Posicional fundamentais para o SND.
Dessa forma, o material dourado ajuda a criança entender o “vai um”, pois ele se materializa nas trocas que se fazem e facilita a aprendizagem das quatro operações matemáticas fundamentais.
A soma é o processo mais natural entre as operações matemáticas fundamentais, professora.
Aliás, contar é somar: acrescentar uma unidade ao número anterior, seu antecessor. É, também, agrupar de 1 em 1, de 2 em 2 etc.
A operação de somar se complica quando aparece a reserva, o “vai um”, pois o aluno, em sua imaturidade cerebral, biológica, cognitiva, não consegue entender o processo.
Por isso, nessa fase do período concreto, o material dourado se torna necessário para tornar concreto esse processo de abstração.
Outra forma de tornar concreto o abstrato é o vídeo. A linguagem visual do vídeo, principalmente para a geração nascida no século XXI, pode-se dizer que é a sua linguagem natural, pois cresceram dominando a linguagem videográfica.
A alfabetização visual dessa geração é natural da mesma maneira como aprenderam a linguagem verbal.
É por esse motivo que a Pedagogiação1.5 defende o uso tanto do vídeo quanto do material dourado para facilitar o processo de ensino e aprendizagem do aluno do Ensino Fundamental I.
A Pedagogiação1.5 é a ação pedagógica cientificamente orientada se apoiando na ciência para respaldar o ensino da Matemática.
A ação didática torna-se teoricamente orientada pela Semiótica, Psicanálise, Psicogenética e Neurociência Cognitiva que auxiliarão, você, professora na sua ação pedagógica que se tornará intencionalmente orientada do ponto de vista científico.
A Pedagogiação1.5 surgiu no LAPAPIEF – Laboratório de Pesquisa para Ação Pedagógica Interdisciplinar no Ensino Fundamental, Laboratório de Iniciação Científica com alunas e alunos de Pedagogia em Oficinas em que se discutiam processos de ensino e aprendizagem da Matemática.
Dessas Oficinas, surgiu um Método de ensino Inovador, Revolucionário, Único que é a Pedagogia1.5.
Esse método se apoia em cinco pilares:
● Educação Narrativa, tendo por base a História da Matemática;
● Agrupamento que é o fundamento tanto da História da Matemática quanto do Sistema de Numeração Decimal.
● Sistema de Numeração Decimal que fundamenta as quatro operações matemáticas fundamentais.
● Valor Posicional que, também, é a base do Sistema de Numeração Decimal.
● Material concreto, entre eles o vídeo, a linguagem videográfica, que é a linguagem que os alunos do século XXI mais dominam.
Se você, professora, quiser conhecer a ação pedagógica cientificamente orientada, a Pedagogiação1.5 e a metodologia encampada pela Pedagogia1.5, você pode ter uma amostra GRATUITA em quatro Vídeos-oficinas disponível aqui.
É um Minicurso Gratuito com esses quatro Vídeos-oficinas prontos para você trabalhar em sala de aula com seus alunos como uma introdução ao Método da Pedagogia1.5.
SANTOS, Willian M. dos. Música: uma ferramenta interdisciplinar para o ensino de matemática. 2012. 123f. Monografia (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Paulista: Santos, 2012.