PEDAGOGIA 1.5: O QUE É - O QUE ELA PODE TE ENSINAR

As novas tecnologias invadiram todos os lugares do cotidiano das pessoas. Mas não chegaram à escola. Daí, a Pedagogia 1.5 propõe, por meio de vídeos-oficinas, a utilização dessas novas tecnologias em sala de aula.

Hoje, se fala de uma Educação 4.0 ligada à Web 4.0. Por isso, a proposta de uma Pedagogia1.5: um primeiro passo – entre o 1.0 e o 2.0 – para a introdução das novas tecnologias no dia a dia escolar, já que o sistema escolar brasileiro não tem as condições financeiras para assumir esse processo.

Pedagogas ou estudantes de Pedagogia ouvem frequentemente a necessidade de usar as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas aulas.

Mas, na realidade, não aprenderam ou não sabem como fazer isso.

Estudos recentes já falam em uma Educação 4.0, em que as TIC são totalmente incorporadas ao processo de ensino-aprendizagem.

Também ouvem constantemente que precisam utilizar o lúdico nas salas de aula.

Uma busca desta palavra, conectada com a palavra “ensino”, no Google, aponta quase onze milhões de resultados. Mas como implementar tal processo? Evidentemente que as TIC facilitam trabalhar o lúdico no dia a dia escolar.

A Pedagogia 1.5 é resultado de 20 anos de docência em uma Faculdade de Pedagogia e 10 anos de Iniciação Científica.

Uma aluna e um aluno, em momentos distintos, perguntaram como ensinariam matemática se não sabiam a disciplina.

Nascia o LAPAPIEF – Laboratório de Pesquisa para Ação Pedagógica Interdisciplinar no Ensino Fundamental.

O objetivo do Laboratório: trabalhar com alunas e alunos a matemática. A síntese é o curso As Quatro Operações Matemáticas Fundamentais.

A Pedagogia 1.5 pretende indicar um caminho possível, viável, para a utilização das TIC no cotidiano escolar. Propor um casamento entre a educação e a informática.

Elaborei a Pedagogia 1.5 após anos de ensino no Curso de Pedagogia, depois de anos de pesquisa de Iniciação Científica com alunas e alunos de Pedagogia no LAPAPIEF – Laboratório de Pesquisa para Ação Pedagógica Interdisciplinar no Ensino Fundamental.

Deste Laboratório de Iniciação Científica surgiu esse novo método que tem como ferramenta metodológica central a Pedagogiação1.5, uma ação pedagógica consciente, intencional, orgânica porque cientificamente orientada.

Você Tem Sabotado Seu Casamento Com a Educação e a Informática?

Pode-se constatar, facilmente, que ainda não existe nem um começo de namoro entre a educação e as novas tecnologias de informação e comunicação. Almeida e Almeida (1999) fazem um convite para esse casamento.

Eles perguntam como criar uma união sólida, duradoura e feliz.

Estariam nossas escolas preparadas e convenientemente equipadas para esse enlace? Parece que, principalmente, as escolas públicas não estão. Então como realizar este projeto necessário e imprescindível?

Entretanto: por que o casamento entre a educação e a informática?

A Base Nacional Comum Curricular – BNCC define o letramento matemático “como as competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente”. Também, deve favorecer “o desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico”.

Isso só será alcançado, se essas habilidades tiverem como âncora situações do cotidiano e possibilitarem o enriquecimento de diversas competências matemáticas e o desenvolvimento do pensamento computacional.

A BNCC informa que as tecnologias digitais e a computação definem o que deve acontecer na atualidade.

A computação e as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) estão cada vez mais visíveis na vida do ser humano e não meramente nos gabinetes ou nas escolas. Estão presentes nos nossos bolsos, nas cozinhas, nos carros, nas vestes etc.

Além disso, grande parte das informações desenvolvidas pelo gênero humano está guardada digitalmente. Isso indica como o que se produz no dia a dia vai sendo instigado por tecnologias digitais e o quanto vai sobressair fortemente no futuro.

O Melhor Caminho Para o Casamento Entre a Educação e a Informática

Sabe-se que o pensamento computacional procura utilizar o computador como um instrumento que aumenta, de forma substancial, o poder cognitivo e a capacidade operacional do ser humano.

Capaz, também, de criar habilidades que facilitem o raciocínio lógico e a resolução de problemas, devendo ser uma habilidade essencial para todas as pessoas, inclusive para todas as crianças.

Em razão da precariedade socioeconômica da sociedade brasileira, em que 48,8% das escolas não têm laboratório de informática e falta energia elétrica em 5% delas, deve-se pensar na abordagem desplugada como forma alternativa.

A abordagem desplugada visa trabalhar o pensamento computacional de maneira lúdica e simples sem a necessidade de computadores.

Essas dificuldades a Pedagogia1.5 busca suprir com suas com seus vídeos-oficinas, ao trazer as novas tecnologias para a sala de aula.

Tudo o Que Você Precisa Saber Sobre a Educação 3.0

Derek Keats (2007) propôs o termo Educação 3.0 para uma pedagogia do século XXI.

O surgimento da Internet, no final do século passado, trouxe a Web 1.0, em que a participação das pessoas era basicamente passiva. As pessoas consumiam os produtos da informática apenas acessando conteúdos prontos.

O despertar do século atual veio com a Web 2.0, em que se passou de uma tecnologia de acesso para uma tecnologia de interação social, com comunidades em rede.

A Web 2.0 muda o processo para uma atividade participativa. As redes permitem, não apenas acessar, mas navegar por intermináveis hiperlinks.

Mas a palavra da moda atualmente é a de “Educação 4.0”, informa Hussin (2018). Sua pauta fundamenta-se na Revolução Industrial 4.0.

A primeira Revolução Industrial teve a máquina a vapor para mecanizar a produção; a segunda, estruturou-se a partir da eletricidade; a terceira apresentou a automação produtiva, usando as tecnologias eletrônica e informática.

A quarta Revolução Industrial sustenta-se com a robótica, a inteligência artificial, os veículos autônomos, a internet das coisas, a nanotecnologia, a computação quântica, a impressora 3D e o armazenamento de energia.

O futuro projeta-se revolucionário com a Internet das Coisas. Muda a maneira como se pode pensar a tecnologia e as interações entre o mundo e as pessoas e das pessoas com o mundo.

Fala-se em objetos inteligentes: tudo poderá ser conectado, no cotidiano, à Internet.

Desde objetos pessoais como roupas, tênis, maçanetas e meios de transporte, geladeiras, óculos, elevadores. A interação entre o mundo digital e o mundo físico se estabeleceria como um só.

O termo Internet das coisas surgiu em 1999 por Kevin Ashton, do Instituto de Tecnologia do Massachusetts.

O cotidiano se torna inteligente, já que as coisas podem dialogar entre si.

Com tudo interconectado, ao entrar em seu carro, inúmeras informações estarão disponíveis para você. Como está o trânsito, qual o melhor caminho a seguir, onde encontrar vagas para estacionar.

Isso não é futuro. Já é presente: sua casa pode ser controlada por controle remoto a distância; a automação que liga e desliga aparelhos de TV, ar-condicionado, cortinas e muito mais. A geladeira inteligente pode encomendar alimentos próximos de acabar.

Sensores instalados em relógios ou roupas que medem sua temperatura e outros indicadores capazes de monitorar sua saúde.

Conectar torna-se a palavra de ordem: pessoas com pessoas, pessoas com objetos, coisas com coisas, num diálogo inter-relacionado, interativo.

Alarcon e outros (2018) anotam que há a necessidade de a vida social, conectada à internet, demande novo posicionamento dos indivíduos em uma sociedade em rede.

Tudo isso é fato. Mas a escola está preparada para esse processo?  A falta de equipamentos – salas com computadores, rede de Wi-Fi, tabletes – inviabilizam que isso aconteça no meio escolar.

A Pedagogia1.5, com seus vídeos-oficinas, facilita esse processo de introduzir as novas tecnologias na sala de aula por meio da abordagem desplugada.

A Surpresa Escondida Atrás da Educação Maker

Para o século XXI, necessita-se do aprender fazendo da educação maker, uma educação mão na massa, cujas características apontam para a criatividade, o compartilhamento do saber, visando a inovação.

As escolas precisarão criar laboratórios experimentais, incentivando a criatividade e a inovação para seus alunos.

O professor necessita ver a ação pedagógica como capaz de transformar a realidade e como mediadora do conhecimento.

O ato pedagógico deve seguir o aprender fazendo, transformando o aprendizado em um espaço maker, em que a educação se exercita por experimentações e vivências, nas quais haja a participação eficaz de alunos, ancorando a prática educativa.

A professora abandona a visão tradicional de detentora do saber, ao se transformar em mediadora entre o conhecimento e a aprendizagem discente.

Incentiva e orienta o aluno num gesto de parceria e pratica uma metodologia ativa, em que o aprender torna-se significativo.

Aprenda Como Usar a Abordagem Desplugada Para Criar o Lúdico na Sala de Aula

A proposta pedagógica da Pedagogia 1.5 é usar o editor de slide – o PowerPoint é o mais conhecido. Como ferramenta de ensino e aprendizagem, ele remete para a abordagem desplugada.

As aulas se transformam em oficinas, em espaços do fazer. Uma ferramenta tecnológica que possibilita a criação de rotas alternativas cerebrais, capazes de produzir novas redes de neurônios, novas redes sinápticas.

Muito se fala em aprendizagem por meio do lúdico e estratégias ativas e é  o que propõe a Pedagogia 1.5, pois motivam e levam o sistema de recompensa cerebral a emergir porque motivam a aprendizagem.

A aprendizagem lúdica, prazerosa, fundamentada em uma metodologia ativa, estimula o sistema de recompensas, ativando uma cadeia de estruturas no cérebro.

Quando se constatam estímulos gratificantes, e o cérebro retribui liberando dopamina, um neurotransmissor, e cria um circuito de recompensa, ensina a Neurociência Cognitiva.

A aprendizagem lúdica, prazerosa, fundamentada em uma metodologia ativa, estimula o sistema de recompensas, ativando uma cadeia de estruturas no cérebro.

Com esses estímulos gratificantes, o cérebro retribui liberando dopamina, um neurotransmissor, e cria um circuito de recompensa.

Aproximar o aluno do ambiente digital, ao qual está acostumado no seu cotidiano extraescolar, é a proposta da Pedagogia 1.5.

Em artigo da UFRGS Ciência (2018), Brackmann anota que “Todas as profissões hoje em dia necessitam que as pessoas saibam se relacionar com as máquinas”.

Daí a necessidade da capacitação dos alunos do Ensino Fundamental para o futuro, desenvolvendo o raciocínio lógico e a competência de resolver problemas com atividades feitas em papel.

O objetivo do ensino do pensamento computacional, sem computadores, na forma desplugada, ativa a capacidade crítica, criativa, de modo a resolver problemas de forma colaborativa ou individual.

A Verdade Sobre a Leitura de Imagem Que Não Te Contam e o Pensamento Computacional

Para a Pedagogia 1.5, a Leitura de Imagem pode possibilitar o desenvolvimento do pensamento computacional.

Sardelich (2006, p. 459) propõe uma pedagogia da imagem em que se “considera a produção de imagens como um desses mecanismos educativos presentes nas instâncias socioculturais. As imagens não cumprem apenas a função de informar ou ilustrar, mas também de educar e produzir conhecimento”.

Busca-se praticar uma nova forma de ensino-aprendizagem da matemática, forma interdisciplinar, com a Leitura de Imagens (história em quadrinhos, fotografia, pintura, publicidade, animação).

A Melhor Forma de Impulsionar o Ensino das Contas nas Atividades de Matemática no Ensino Fundamental I

A Pedagogia 1.5 apresenta, portanto, um método inovador, pode-se dizer, mesmo, revolucionário, para o ensino e aprendizagem de uma maneira lúdica, prazerosa de ensinar e aprender matemática.

Ante as dificuldades de nossas escolas, sem internet, sem computadores, tabletes etc., a abordagem desplugada ajuda a solucionar o problema de se trabalhar o pensamento computacional, de maneira a se prescindir da internet ou computadores.

A estratégia pode ser a educação maker, a educação mão na massa, inovadora, participativa e lúdica.

Para isso, desperte a Cientista da Educação que está adormecida em você (relembre que Pedagogia = Ciência da Educação, portanto, você, pedagoga, é uma cientista da Educação).

Faça uma Pedagogiação1.5: ação pedagógica consciente, intencional, orgânica porque cientificamente orientada.

Cientificamente orientada, porque a Pedagogia1.5 é um método Único, Inovador, Revolucionário ancorado em quatro ciências:

1. Semiótica: a Matemática é construída com símbolos, signos. Como a Semiótica é a ciência que estuda os signos, os símbolos, vai auxiliar a entender a mecânica de funcionamento dos números, dos algarismos, que são representações de quantidades.

2. Psicanálise: ajuda a entender que a burrice, uma construção social, é amparada pelo mecanismo de defesa, projeção: o professor não pode ser burro, ele é o mestre, então, burro é o aluno. A Pedagogia1.5 usa a Educação Narrativa como um dos pilares para sanar a Ansiedade Matemática e a Psicanálise auxilia nesse processo.

3. Psicogenética: a teoria piagetiana e sua prática clínica já alertavam, há décadas, da imaturidade do sistema cognitivo da criança do período operacional concreto. Neste estágio o aluno faz abstrações pseudoempíricas, por isso erra as contas.

4. Neurociência Cognitiva: reafirmando as teoria e prática piagetianas a Neurociência Cognitiva prova a imaturidade biológica do ser humano. O desenvolvimento cerebral se inicia no embrião e só termina no final da segunda década de vida.

A Pedagogia1.5 tem como ferramenta metodológica central a Pedagogiação1.5 que se assenta sobre cinco pilares:

1. Educação Narrativa: ancorada na História da Matemática, a Educação Narrativa vai ajudar a trabalhar os conceitos básicos da Matemática, além de auxiliar na diminuição ou reversão da Ansiedade Matemática.

2. Agrupamento: Matemática é Agrupamento. Contar é agrupar. A soma e a multiplicação são agrupamentos; a subtração e a divisão, desagrupamentos e operações com reserva, o “vai um”, são reagrupamentos. Isso ensina a História da Matemática.

3. Valor Posicional: houve um grande progresso da Matemática quando os hindus desenvolveram o Valor Posicional. Trabalharam a ideia de que um algarismo tem seu valor conforme a posição que ocupa no número. Por exemplo, o primeiro 4, em 44, vale 4 dezenas e o segundo, 4 unidades.

4. Sistema de Numeração Decimal (SND): tanto o Agrupamento quanto o Valor Posicional são as pedras angulares do Sistema de Numeração Decimal. Os árabes perceberam a grande vantagem do sistema hindu e o sistematizaram e divulgaram pela Europa.

5. Material Concreto: se cientificar que o aluno do Ensino Fundamental I está no período das operações concretas e, por isso, faz abstrações pseudoempíricas, aponta a NECESSIDADE de se trabalhar com material concreto em sala de aula.

Por esse motivo, a Pedagogiação1.5 utiliza prioritariamente vídeos-oficinas. Entende que vídeos-oficinas operam como material concreto, já que imagens, vídeos, são gritantemente concretas e atendem aos pré-requisitos de uma pedagogia da imagem.

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SANTOS, Willian M. dos. Música: uma ferramenta interdisciplinar para o ensino de matemática. 2012. 123f. Monografia (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Paulista: Santos, 2012.