A geração de alunos do EFI desse século, era digital, é intensamente alfabetizada na linguagem de vídeos. Desde bebês, já acessa a linguagem videográfica, que decodifica melhor do que a escrita.
A ciência mostra a razão. Continue lendo e saiba como isso ajuda a eliminar erros nas atividades de Matemática. E mais: vídeo é material concreto?
O sistema escolar tradicional, professora, está estruturado a partir da linguagem escrita: lousa, giz, caderno e, recentemente, xerocópias.
O século XXI, século da era digital, tem um aluno que desde pequenino aprendeu a decodificar a linguagem do vídeo. Antes de se alfabetizar na escola, ele navega na internet, tendo como base a linguagem videográfica.
Então, é um aluno cuja alfabetização videográfica precede a alfabetização escolar fundamentada na linguagem escrita.
Aprender a ler e escrever não é uma tarefa fácil. É um trabalho árduo e nem sempre prazeroso, ao contrário da alfabetização videográfica que se deu de forma natural e lúdica.
É muito mais fácil e agradável para a criança lidar com vídeos. A linguagem escrita é um domínio mais custoso e cansativo que o aluno sente dificuldade em dominar.
O código da linguagem videográfica, por ser visual, é bastante intuitivo. E a era digital sabe como trabalhar essa linguagem de forma lúdica, agradável.
Se o aluno lida melhor com a linguagem de vídeo e a escola trabalha especificamente com a linguagem escrita, há uma maior dificuldade para o estudante na aprendizagem.
A linguagem escrita é composta por símbolos e símbolos são abstratos, próprios do pensamento e bem diferentes da linguagem videográfica.
As letras são símbolos gráficos. Letras se agrupam em sílabas que formam palavras e frases que representam objetos ou coisas abstratas. Esse agrupamento representa uma narrativa.
As coisas se complicam mais com a linguagem matemática, puramente simbólica e que exige um grau maior de abstração, de pensamentos mais elaborados por parte do aluno.
Por ser altamente abstrata, a Matemática exige, principalmente do aluno do Ensino Fundamental I, uma capacidade de abstração que ele não possui ainda.
É isso mesmo, professora! O aluno do Ensino Fundamental I não tem qualquer responsabilidade pelos seus erros nas quatro operações matemáticas fundamentais: somar, subtrair, multiplicar e dividir.
Nem você, professora. O sistema de ensino está equivocado na forma como estruturou o ensino da Matemática.
Os alertas científicos, pedagógicos, contra esse equívoco já foram dados há décadas pelos estudos piagetianos.
Como você estudou, professora, o aluno do Ensino Fundamental I está no período das operações CONCRETAS.
Isto as pesquisas piagetianas de todos os tempos comprovaram e comprovam teórica e praticamente.
Quer dizer que, nessa faixa etária, o aluno só consegue efetuar operações mentais, abstrair, com o apoio de coisas concretas, pois ele só consegue fazer abstração pseudoempírica.
As contas são especificamente abstratas. A linguagem que se usa para somar, subtrair, multiplicar e dividir é a dos símbolos matemáticos, os números. São uma técnica.
Essa técnica dos algoritmos, das contas, professora, é um passo a passo abstrato para efetuar as operações e se você aprender a técnica, não erra nenhuma conta. Porém, como técnica, é muito abstrata para a criança do Ensino Fundamental I.
Ora, se no período operatório concreto, o aluno só consegue fazer abstrações pseudoempíricas, apoiando-se no concreto. Como ele irá efetuar algoritmos, contas, que são abstrações refletidas, próprias do período das operações formais?
Ainda muito importante: outras pesquisas científicas vieram comprovar os estudos piagetianos. O aluno do Ensino Fundamental I, do período operatório concreto, erra as contas porque seu cérebro ainda não se desenvolveu o suficiente.
Ou seja, há uma imaturidade biológica que impede que ele efetue as contas sem errar aponta a Neurociência Cognitiva.
O cérebro humano começa o seu desenvolvimento no embrião e prossegue por mais aproximadamente três décadas, finalizando esse desenvolvimento por volta do final dos vinte anos.
Por isso, professora, não falta competência a você para ensinar e nem é burrice do aluno os erros sucessivos nas contas.
O aluno do Ensino Fundamental I ainda não desenvolveu seu cérebro biologicamente, por isso erra as contas. Há imaturidade biológica, pois está no período das operações concretas e faz abstrações pseudoempíricas próprias desse período.
Daí a razão da NECESSIDADE de material concreto apoiando a efetuação das contas, pois sem o concreto ele não consegue efetivar as operações, já que está no período das operações concretas.
Se o aluno do Ensino Fundamental I para efetuar contas sem erros necessita do concreto, pois está no período das operações concretas e faz abstrações pseudoempíricas, e se a linguagem que ele domina mais é a videográfica, não devemos, então, usar vídeos para o ensino-aprendizagem?
Melhor ainda: “o ser humano é um animal intensivamente visual” nos informa a Neurociência Cognitiva.
“Os olhos contêm aproximadamente 70% dos receptores sensoriais do corpo e envia milhões de sinais a cada segundo pelos nervos óticos para serem processados nos centros visuais do cérebro”. Patricia Wolfe.
E a autora acrescenta: “absorvemos mais informações visualmente do que através de qualquer um dos outros sentidos”.
O mundo visual, literalmente e fisicamente, se encontra mapeado em nossos cérebros e a experiência concreta que temos de ver fica retida em uma forma concreta nos neurônios que estão fisicamente conectados no cérebro.
E mais: “quando os alunos aprendem por meio de abordagens visuais, a matemática muda para eles e eles têm acesso a entendimentos profundos e novos” nos informa Boaler et al.
Os autores anotam que a neuroimagem mostra que, mesmo quando se efetua um cálculo numérico, por exemplo, 12 x 25, com algarismos, que são símbolos (12 e 25), nosso pensamento matemático usa o processamento visual, ou seja, utiliza imagens.
Professora, devemos relembrar que algarismos são símbolos. Por exemplo, o símbolo 6 não tem qualquer relação com a quantidade que representa.
Ou seja, visualmente, o 6 não tem qualquer característica que nos lembra a quantidade seis. É o ensino que nos faz associar o símbolo à quantidade, o que só se consegue com uma aprendizagem da linguagem simbólica matemática (ESPADINHA, 2015).
Aprendizagem não é algo abstrato: é biologia, porque ensinar é a arte de mudar o cérebro, informa a Neurociência Cognitiva (ZULL, 2002)
Nós só entendemos as coisas quando são descritas em termos físicos, pois o significado é físico.
Daí, porque o vídeo auxilia a aprendizagem, professora. Vem da publicidade uma frase muito usada de que uma imagem vale mais que mil palavras. Palavras são símbolos, imagem é algo concreto.
“A visão é central para nosso ser biológico e sociocultural”, já que a faculdade de ver é nossa fonte de informação mais importante do mundo.
Grande parte do cérebro está envolvido na visão. O nervo ótico contém mais de 1 milhão de fibras e comparando com o nervo ótico, por exemplo, que só tem 50.000 fibras (ARCAVI, 2003)
O autor mostra que a visualização acompanha o desenvolvimento simbólico em razão de sua concretude.
Uma das características do cérebro é que ele só se interessa pelo que é concreto e utilizável (FONSECA, 2015).
Imagens são gritantemente concretas informa Souza.
Por isso, os vídeos associando imagens e movimento tornam a imagem ainda mais concreta.
Em razão do exposto, professora, os vídeos podem ser vistos como materiais concretos não estruturados, pois não têm a estrutura do Sistema de Numeração Decimal (SND).
Porém, transformam a aprendizagem abstrata em algo concreto, auxiliando o aluno do Ensino Fundamental I do período das operações concretas.
Se você, professora, ainda não usa vídeos para ensinar Matemática a seus alunos, sua Pedagogiação está incompleta.
Como Cientista da Educação, professora – relembrando que sua licenciatura em Pedagogia faz de você uma Cientista da Educação, pois Pedagogia é a Ciência da Educação – você pesquisa atividades matemáticas para aprimorar seu ensino.
Entretanto, se mesmo com toda sua pesquisa seus alunos continuam errando as contas, saiba que sua Pedagogiação, embora intencional e consciente, deve estar incompleta por ser inorgânica.
Sua Pedagogiação, sua ação pedagógica consciente e intencional precisa deixar de ser inorgânica e se transformar em orgânica.
Se você seguir as estratégias da Pedagogiação1.5, verá que sua ação pedagógica, além de consciente, intencional e orgânica será uma ação pedagógica também cientificamente orientada.
Uma ação pedagógica consciente, intencional, orgânica e cientificamente orientada, como é a Pedagogiação1.5, está estruturada por quatro ciências:
1. Semiótica: por ser a linguagem matemática simbólica (números são símbolos) e como a Semiótica é a ciência que estuda os símbolos, os signos, se transforma em uma grande auxiliar para o ensino-aprendizagem da Matemática.
2. Psicanálise: um dos grandes problemas que leva as crianças a errar as contas pode ser a Ansiedade Matemática que dificulta o raciocínio do aluno. Os ensinos da Psicanálise orientam, por meio da Educação Narrativa, formas de minimizar essa ansiedade.
3. Psicogenética: compreender que o aluno do Ensino Fundamental I está no período das operações concretas e, por isso, faz abstrações pseudoempíricas, mostra a NECESSIDADE do uso de material concreto.
Você, professora, entende que as quatro operações matemáticas fundamentais são muito abstratas e complexas e próprias do período das operações formais em que os alunos fazem abstrações refletidas.
4. Neurociência Cognitiva: reafirmando os estudos psicogenéticos piagetianos, a Neurociência Cognitiva, que estuda o desenvolvimento do cérebro, mostra que o cérebro do aluno do Ensino Fundamental I ainda não tem maturidade biológica, por causa disso comete erros.
A orientação científica, professora, vai fazer de sua ação pedagógica um caminho seguro e tranquilo para seus alunos operarem as contas nas atividades matemáticas. Você vai transformar sua Pedagogiação em uma Pedagogiação1.5.
A Pedagogiação1.5 é uma ferramenta que nasceu com alunas e alunos de Pedagogia em um Laboratório de Iniciação Científica, o LAPAPIEF – Laboratório de Pesquisa para Ação Pedagógica Interdisciplinar no Ensino Fundamental.
Foram mais de 10 anos trabalhando as dúvidas e pesquisando uma forma mais coerente de ensino-aprendizagem da Matemática.
Daí, surgiu a Pedagogia1.5, um Método Inovador, Revolucionário, Único de trabalhar a Matemática com alunos do Ensino Fundamental I.
Um método que tem como estrutura cinco pilares fundamentais:
a) Educação Narrativa: com ênfase na História da Matemática que possibilita ao aluno perceber que a Matemática foi uma construção do ser humano. A Educação Narrativa é um pilar que auxilia a diminuir a Ansiedade Matemática do aluno.
b) Agrupamento: a Matemática é antes de tudo Agrupamento. Contar é agrupar. Calcular é agrupar: isso nos mostra a História da Matemática. A partir do Agrupamento, o ser humano desenvolveu a Matemática.
c) Valor Posicional: ao trabalhar o Agrupamento, o ser humano inventou o Valor Posicional. Um algarismo muda de valor conforme o lugar que ocupa no número. Em 44, o primeiro quatro vale 4 dezenas e o segundo, 4 unidades.
d) Sistema de Numeração Decimal (SND): Agrupamento e Valor Posicional vão ser a base do Sistema de Numeração Decimal. Indus e árabes desenvolveram o sistema que é basicamente universal, hoje. Erros nas contas derivam, na maioria das vezes, devido ao seu desconhecimento.
e) Material Concreto: a ênfase da Pedagogiação1.5 são Vídeos-oficinas e o uso de material concreto estruturado: ábaco e material dourado. O aluno do Ensino Fundamental I, no período das operações concretas, precisa do concreto.
Se você, professora, quiser ver como funcionam a Pedagogia1.5 e sua ferramenta fundamental a Pedagogiação1.5 pode experimentar GRATUITAMENTE o Minicurso Pedagogia1.5 com 4 Vídeos-oficinas prontas para você usar em sala de aula com seus alunos.
ARCAVI, Abraham. The role of visual representations in the learning of mathematics. Educational Studies in Mathematics. Educational Studies in Mathematics, April 2003. Disponível em: < arcari >. Acesso em: 28 fev. 2023.
BOALER J, CHEN L, WILLIAMS C, CORDERO M. Seeing as Understanding: The Importance of Visual Mathematics for our Brain and Learning. Youcubed at Stanford University. Disponível em: < https://www.youcubed.org/wp-content/uploads/2017/03/Visual-Math-Paper-vF.pdf >. Acesso em: 27 fev. 2023.
ESPADINHA, Teresa. O desenvolvimento das representações da magnitude de números fracionários. 72f. 2015. Dissertação (Mestrado em Ciência Cognitiva) – Universidade de Lisboa. Lisboa, 2015. Disponível em: < https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/23457/1/ulfpie047796_tm.pdf >. Acesso em: 28 fev. 2023.
FONSECA, Laerte S. Da. Um estudo sobre o Ensino de Funções Trigonométricas no Ensino Médio e no Ensino Superior no Brasil e França. 495f. 2015. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – Universidade Anhanguera, São Paulo: 2015. Disponível em: < https://repositorio.pgsskroton.com/handle/123456789/3481 >. Acesso em: 28 fev. 2023.
SOUZA, Lucilene I. G, de. A cognição da imagem e suas implicações no processo de ensino-aprendizagem. 195f. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis: 2000. Disponível em: < https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/78452 >. Acesso em: 28 fev. 2023.
ZULL, James E. The art of changing the brain: enriching teaching by exploring the biology of learning. Stylus Publishing: Virginia, 2002.
SANTOS, Willian M. dos. Música: uma ferramenta interdisciplinar para o ensino de matemática. 2012. 123f. Monografia (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Paulista: Santos, 2012.